Descrição de chapéu Uruguai

Esposa de Mujica diz que ele vive 'momento mais difícil' de tratamento para câncer

Ex-presidente do Uruguai anunciou diagnóstico de tumor no esôfago em abril e passou por sessões de radioterapia

São Paulo

O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica, 89, vive o momento mais difícil de seu tratamento contra um câncer de esôfago, disse nesta quarta-feira (10) sua esposa, a ex-senadora Lucía Topolansky. Ainda assim, ela disse estar otimista sobre sua recuperação.

Mujica, ex-guerrilheiro e ícone da esquerda latino-americana, governou o Uruguai de 2010 a 2015 e anunciou em abril que foi diagnosticado com um tumor no esôfago. Ele passou por sessões de radioterapia desde então para combater a doença.

A imagem mostra Mujica, um homem idoso com cabelos grisalhos e longos, vestindo um casaco bege e uma camisa branca. Ele está fazendo um sinal de positivo com a mão direita.
O ex-presidente do Uruguai José Mujica vota nas primárias de seu partido em Montevidéu - Eitan Abramovich - 30.jun.24/AFP

De acordo com Topolansky, 79, a radiação do tratamento inflamou o aparelho digestivo do ex-presidente, o que o colocou numa situação delicada. "Infelizmente, ele só pode consumir sopas, um suco, uma gelatina, e nós uruguaios estamos acostumados com churrasco, ensopado", disse Topolansky ao Canal 12.

A ex-senadora e ex-vice-presidente do Uruguai de 2017 a 2020 disse que seu marido estava muito ativo politicamente por conta das eleições internas do seu partido, o Frente Ampla, que aconteceram em 30 de junho. As primárias da sigla de esquerda escolheram como candidato à presidência o ex-prefeito de Canelones Yamandú Orsi. O Uruguai vai às urnas no dia 27 de outubro.

Topolansky disse ainda que o frio do inverno uruguaio limita as aparições públicas de Mujica. "Ele participou das eleições internas, mas comparado a fazer oito eventos por dia como costumava fazer nos momentos em que militava a mil, isso é nada. É como um cachorro preso em sua coleira. E ainda mais sem comer. É difícil", disse a ex-senadora.

Mesmo assim, ela se mostra confiante sobre a saúde de seu marido. "Os efeitos [da terapia] chegam com atraso", disse, e afirmou que os resultados vão ser sentidos daqui a um mês e meio. "Eu sou otimista, acredito que os médicos têm trabalhado muito bem, mas é preciso esperar e ter paciência."

Em 21 de junho, a médica pessoal de Mujica, Raquel Pannone, indicou que o ex-presidente, que também sofre de vasculite e insuficiência renal, estava bem e se recuperando de um tratamento oncológico "muito agressivo". "Ele tem muita força, física e mental", destacou.

Dias depois do anúncio do diagnóstico, a Folha entrevistou Mujica em sua chácara em Rincón del Cerro, área rural da capital Montevidéu. Na ocasião, quando questionado sobre a morte, o ex-presidente disse que "nossa maneira de lutar contra a morte é uma luta impossível que sempre perderemos, mas lutamos com amor".

Com AFP

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