Nomes do 7 a 1 reconstroem imagem em times brasileiros 10 anos depois

A reconstrução de imagem de alguns personagens do 7 a 1 passou pela decisão de voltar para casa. As boas atuações com a camisa de clubes brasileiros ajudaram para que eles não virassem apenas sinônimo da maior derrota da seleção brasileira. A goleada da Alemanha no Mineirão faz 10 anos nesta segunda (8)

O que aconteceu

Dos 14 jogadores que entraram em campo naquele dia, 10 ainda estão em atividade.

Seis deles atualmente estão no futebol brasileiro. Hulk, David Luiz, Luiz Gustavo, Fernandinho, Marcelo e Bernard. Thiago Silva estava suspenso, não jogou contra a Alemanha, mas completa a lista de sete jogadores daquela seleção hoje em ação no Brasil, já que voltou para o Fluminense.

Tirando Bernard, que ainda não estreou no Atlético-MG, os demais participantes do 7 a 1 cumprem papel importante nos seus clubes.

Desde que chegou ao Atlético-MG, Hulk passou a ser mais admirado do que nos tempos em que fazia gols em Portugal, Rússia e China. O fato de se destacar tanto no Brasil o levou a ser convocado em 2021, para as Eliminatórias, e ainda ser cogitado na fase com Fernando Diniz, em 2023. Hulk até entrou para a calçada da fama do próprio Mineirão.

David Luiz ganhou Libertadores e Copa do Brasil pelo Flamengo, assumindo papel de liderança relevante no grupo. Em 2024, virou titular novamente, com boas atuações e gols no concorrido setor defensivo de Tite.

Marcelo ainda esbanja técnica, apesar das dificuldades físicas, e ganhou a Libertadores com o Fluminense. O fato de ter voltado para casa aumentou a idolatria com os tricolores.

Fernandinho não tem título de porte na volta ao Athletico, mas sobra como capitão e líder do meio-campo.

Luiz Gustavo é um jogador mais discreto, até pela posição em que atua. Os anos seguintes ao 7 a 1 foram de convocação para a seleção até 2016, clubes de segundo escalão na Europa e passagem pelo Al Nassr, da Arábia Saudita. Mas a volta ao Brasil para atuar no São Paulo traz uma nova perspectiva sobre sua qualidade em relação a quem joga e acompanha o futebol brasileiro.

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Conquistas fora da seleção geram respeito

Independentemente da história com a seleção, Fernandinho e Marcelo se tornaram lendas dos clubes europeus pelos quais passaram depois da Copa 2014.

Eles nem precisariam voltar ao Brasil para amenizar a imagem do 7 a 1, mas uma relação mais próxima ao público brasileiro contribuiu para descolamento da derrota histórica de 10 anos atrás.

Fernandinho brilhou pelo Manchester City de Pep Guardiola, embora o título da Champions League só tenha vindo na temporada após sua saída. Foram cinco conquistas da Premier League.

O lado negativo da trajetória do volante é mesmo a seleção, até pela infelicidade de ter feito gol contra na eliminação da Copa 2018, contra a Bélgica. Mas ele esteve no grupo campeão da Copa América em 2019, um desfecho mais condizente com o tamanho que teve no futebol europeu.

Para Marcelo, ter virado um dos símbolos de uma era vitoriosa do Real Madrid é o casamento perfeito daquele que é um dos jogadores mais técnicos de sua geração. São cinco Champions League no currículo. Mas a eliminação na Copa 2018 marcou a despedida da seleção.

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Quem passou por clube brasileiro e já saiu

Reserva na seleção do 7 a 1, Willian chegou como "foguetinho" de Tite à Copa 2018. No que diz respeito ao mercado brasileiro, fugiu à regra de sucesso ao voltar ao Corinthians.

Ele não foi bem e ameaças que viraram caso de polícia o desencorajaram a continuar. Mas ele teve qualidade suficiente para voltar à Premier League e seguir jogando na Inglaterra. Agora pelo Fulham.

O Corinthians também recebeu Paulinho, mas o volante teve lesão séria e isso atrapalhou a sequência. Recentemente, ele deixou o clube por não ter o contrato renovado e está livre no mercado. Na seleção, Paulinho ainda conseguiu chegar como titular importante à Copa 2018 e fez até gol contra a Sérvia.

Dante? Longevidade na França

O mais velho dos titulares da seleção de 2014 ainda em atividade é Dante. O zagueiro nunca passou perto de voltar ao Brasil. Ele foi justamente um dos mais questionados, ao lado de Fernandinho, pelo apagão naquele dia.

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Por atuar no Bayern de Munique na época da Copa, Dante era visto como um trunfo para travar os alemães. Ele foi o substituto do suspenso Thiago Silva. Não deu certo naquele dia.

Hoje, aos 40 anos, Dante defende o Nice, da França, e tem feito boas temporadas por lá. Mesmo com uma lesão de ligamento do joelho, em 2023, decidiu encarar a recuperação e voltar aos gramados.

Oscar soberano na China

Autor do gol de honra (?) do Brasil no 7 a 1, Oscar ainda teve mais duas temporadas e meia pelo Chelsea até se mandar para a China.

No Shanghai SIPG (que virou Shanghai Port), ele acumulou dinheiro ao longo dos anos, em um mercado que chegou a inflacionar. A bolha do futebol chinês estourou, mas Oscar ainda está no seu último ano de contrato por lá.

Já foi especulado, por exemplo, no Flamengo, mas abraçou a opção de carreira, até então, de garantir um futuro financeiro para si e sua família. O que não quer dizer que a história no futebol brasileiro não tenha capítulos a serem escritos. Até porque ele tem 33 anos.

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