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Thiago Stivaletti

Ana Beatriz Nogueira pesquisa a vida dos caiçaras para 'Mania de Você'

Personagem não estava prevista na sinopse e foi escrita especialmente para ela pelo autor de 'Avenida Brasil'; Moema será tia de Nicolas Prattes e lutará contra pressão imobiliária

Ana Beatriz Nogueira é Moema em 'Mania de Você' (Globo) - Manoella Mello/Globo
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Ana Beatriz Nogueira vai deixar um pouco de lado as grã-finas que a consagraram nas novelas. Depois de viver a empresária Guiomar de "Todas as Flores", trambiqueiras como a Elenice de "Um Lugar ao Sol" e a Ana Paula de "Celebridade", ela vai voltar a fazer uma mulher pobre e humilde, a caiçara Moema da nova novela das nove, "Mania de Você", que estreia em setembro.

Moema é tia do mocinho Rudá (Nicolas Prattes) e do ambicioso Iberê (Jaffar Bambirra). Ela e sua família vão lutar contra um poderoso resort que quer tomar conta da vila de pescadores onde moram. Os três gravaram por alguns dias em Angra dos Reis antes de seguirem para estúdio.

A personagem não estava prevista na sinopse original de João Emanuel Carneiro, autor de sucessos como "A Favorita" e "Avenida Brasil", que a escreveu especialmente para ela. Para viver Moema, Ana pesquisou muito as comunidades ribeirinhas do litoral fluminense. "Elas ainda vivem da pesca e já sofreram essa pressão imobiliária que a novela vai mostrar. Muitos pescadores foram se mudando mais para dentro do litoral porque venderam suas terras a preço de mariola", conta. A personagem entra pra valer a partir do capítulo 17.

Ela divide com Cláudia Raia um hábito antigo: lembrar cada ator que foi seu filho ou sobrinho na ficção. "Às vezes eles nem sabem mas, como toda mãe, eu fico torcendo por eles de longe, mesmo que eles não me liguem de vez em quando". Foram 17 até agora, como Humberto Carrão, Rafa Vitti, Alinne Moraes e até um bizarro lagarto numa minissérie pouco lembrada, "O Sorriso do Lagarto" (1991), na qual fez sua estreia na Globo.

Já na vida real, seus filhos são os cinco cachorros que moram com ela em seu apartamento no Rio. Um deles é a cadelinha Heloísa Chaves, cujo nome é homenagem a duas de suas amigas, a atriz Heloísa Perissé e Regina Chaves, que cantava no grupo As Frenéticas.

OS PENETRAS DA NOVELA

Com o desligamento de boa parte do elenco veterano da Globo, Ana tornou-se cada vez mais requisitada da emissora – foram oito novelas só nos últimos dez anos. Ela não costuma reclamar do ritmo puxado de gravação. "As pessoas acham que o ritmo de trabalho depende do tamanho do seu personagem na novela. Na verdade, depende mais de em quantos cenários a sua personagem grava. Se ela é amiga de todo mundo, aí complica", ela brinca.

"Em ‘Caminho das Índias’, eu e o Antonio Calloni fizemos um casal que os outros personagens odiavam. A gente só gravava duas vezes por semana, o cenário era sempre a nossa casa, e eles faziam o maior sucesso. Se tinham que gravar em outro cenário, como numa festa, é porque tinham entrado de penetra", ela lembra, rindo.

Ana conta que a repercussão de seus personagens ficou mais confusa na era do streaming, em que os fãs podem rever as novelas antigas no Globoplay independente do que está passando na TV. "Outro dia eu estava no aeroporto. Uma mulher virou pra mim, indignada, e falou: ‘Para de maltratar a Manuela!’. Eu fiquei um tempão tentando lembrar quem era a Manuela", conta. A fã estava odiando uma de suas melhores personagens: a Eva de "A Vida da Gente" (2011), uma mãe que maltratava a filha mais velha (Marjorie Estiano) e não escondia a preferência pela filha caçula, Ana (Fernanda Vasconcellos). "Isso é muito louco. Com o streaming, a pessoa acha que a gente fez ontem um negócio que foi gravado muitos anos atrás".

Ana repetiu a parceria de mãe e filha com Fernanda Vasconcellos na peça "Sra. Klein", que acabou de lhe render o prêmio de melhor atriz da APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro). No palco, ela vive a austríaca Melanie Klein, uma das principais teóricas da psicanálise e dissidente de Freud. Sua nova aventura agora é na direção de um espetáculo. No drama "Ensaio para um Adeus Inesperado", que roda pelo interior de São Paulo, ela dirigiu Natália Lage no angustiado drama de uma mãe que tenta lidar com a morte do filho (Caio Manhente). "No início do projeto, eu ia fazer esse espetáculo como atriz, mas as coisas tomaram outro rumo e eu acabei assumindo a direção. É bacana para o artista se testar em todos lugares do nosso ofício". Um novo projeto como atriz no teatro, neste momento, vai depender do quanto Moema crescer na nova novela. "Eu juro: nesse momento, ainda não sei se ela guarda algum grande segredo", diz.

Ensaio para um Adeus Inesperado

21 e 22/7 no Teatro Iguatemi – Campinas
24 e 25/7 no Teatro Anselmo Walendy – Mauá
26 e 27/7 no Teatro Clara Nunes – Diadema
Ingressos pelo site bilheteriaexpress.com.br

Thiago Stivaletti

Thiago Stivaletti é jornalista e crítico de cinema, TV e streaming. Começou a carreira como repórter na Folha de S. Paulo e foi colunista do portal UOL. Como roteirista, escreveu para o Vídeo Show (Globo) e o TVZ (Multishow).

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